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O povo brasileiro e a questão do negroe do indígenaAnalisar a formação da identidade brasileira, sua estrutura social e como isso marca a construção de nossasociedade.Prof.ª Renata Luzia Feital de Oliveira1. Itens iniciaisPropósitoEntender as características da sociedade brasileira, bem como suas potencialidades e demandas, éfundamental para o desenvolvimento de profissionais de áreas diversas, pois esse conhecimento possibilitaque desempenhem seus papéis de forma responsável e engajada.ObjetivosIdentificar aspectos da construção da identidade brasileira.Reconhecer as características étnicas da população brasileira.Distinguir criticamente as relações étnico-raciais no Brasil.IntroduçãoEstudar o povo brasileiro e a construção de suas identidades envolve reconhecer a diversidade interna, asrelações de poder e as influências da globalização e do mundo atual. Essa perspectiva mais ampla nospermite compreender as múltiplas formas de pertencimento e os diferentes contextos sociais, culturais epolíticos que moldam as identidades dentro da sociedade brasileira.Esse assunto aparece na vida profissional de muitas formas. Por exemplo, quando precisamos lidar compessoas e histórias diferentes, em entrevistas que ressaltam o valor de sua formação cultural e em avaliaçõesde concursos e no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), em que esse debate faz parte doconteúdo de formação geral.Conteúdo interativoAcesse a versão digital para assistir ao vídeo.• • • Diferentes pessoas ilustrando um exemplo dediversidade étnica1. A identidade brasileiraA formação da identidade brasileiraO povo brasileiro e a questão dos negros e dos indígenasAssista, neste vídeo, ao professor Rodrigo Rainha mostra que a identidade nacional brasileira tem forte marcono século XIX.Conteúdo interativoAcesse a versão digital para assistir ao vídeo.Quantas vezes ouvimos alguém dizer: “O povo brasileiro é muito simpático, sempre alegre, disposto a ajudar”;“Cordial e festeiro como ninguém, ele adora praia, futebol e samba”; “No Brasil, preconceito não há! Todos ospovos convivem muito bem, é uma comunhão de cores e classes sociais”. Ou ainda: “Terra escolhida por Deus,aqui não há desastres naturais e todo mundo convive bem e feliz”.Mas será essa a realidade brasileira? Talvezgeograficamente estejamos livres de alguns acidentesnaturais comuns em outros países, mas as característicascitadas anteriormente não retratam nossa identidadenacional. Vale salientar que tais características fazem partede uma construção social reducionista a respeito daidentidade brasileira.O conceito de identidade nacional é recorrente emconcursos e avaliações nacionais. Acompanhe algumasdicas!Identidade brasileiraO reconhecimento da diversidade interna, seja em espaços pequenos ougrandes, mas sabendo que existem elos que nos unem.PoderAs identidades são marcadas por poderes e privilégios em vários graus eespaços do BrasilPertencimentoUma chave para entender identidade é perceber que o sujeito, a pessoa,sente-se pertencente a um ou mais grupos em algum grau.Confira uma questão!(Instituto AOCP – Betim – 2020)A sociedade brasileira é formada pelo encontro de diferentes culturas. A partir das discussões sobre aformação da cultura e identidade nacional, assinale a alternativa correta.A. A sociologia defende a ideia de que a discriminação é natural na sociedade, pois cada um dos indivíduostem o direito de gostar ou não de outra pessoa. B. O relativismo cultural é uma postura analítica que considera os mitos e as narrativas folclóricas comoelementos culturais subdesenvolvidos e primitivos. C. A sociologia afirma que os “índios de verdade” não utilizam roupas, nem tecnologias ocidentais. Nessaperspectiva, ao adotar os padrões civilizados de comportamentos, eles perdem sua condição de indígena edireito às terras florestais. D. No Brasil, o encontro entre as religiosidades dos povos africanos, indígenas e brancos europeus não alterouas características nativas desses povos. Por isso, não é possível afirmar a existência de um sincretismoreligioso. E. Mesmo condenado pela legislação em vigor, o preconceito racial ainda é perpetuado na sociedadebrasileira devido a mecanismos sociais/simbólicos que produzem e reproduzem as desigualdades de dentroda sociedade.E aí, sabe a resposta? Note que a sociologia, o famoso estudo da sociedade, não faria certas afirmações comoas apresentadas em algumas alternativas ― pelo menos, não atualmente.Existir não significa que isso seja necessariamente algo natural. Relativismo cultural significa observar acultura do outro a partir de suas regras e percepções. Mas lembre-se de que o relativismo apresentaexceções importantes.No Brasil, a mistura de culturas é algo sempre a ser estudado e que continuamente modifica as relaçõessociais. Cultura não é algo parado, ela está sempre em movimento!O povo brasileiro e o conceito de culturaNeste vídeo, vamos entender como se desenvolveu a formação do povo brasileiro, além da conceituação decultura nacional.Conteúdo interativoAcesse a versão digital para assistir ao vídeo.Povos indígenasConfira, neste vídeo, como a invasão dos portugueses impactou a vida e a cultura de povos originários e comoeles passaram a ser enxergados.Conteúdo interativoAcesse a versão digital para assistir ao vídeo.Os mitos pululam a narrativa histórica brasileira desde os tempos de Ilha de Vera Cruz. Até Pedro ÁlvaresCabral pressupunha que carregava consigo as lascas da cruz em que Cristo foi crucificado. É possível, a partirRetrato do Marques de Pombal. Anônimo s.ddaí, imaginar que os primeiros contatos com os nativos brasileiros serviram para contribuir com a construçãodo mito da democracia racial.A imagem de um povo – índio – e de uma cultura foi uma forma de reduzir sociedades diversas e complexas,com suas tecnologias e formas próprias de desenvolvimento que aqui viviam. Os grupos locais seestabeleceram em todo o território e o predomínio do tronco tupi-guarani no litoral indica uma forma deexpansionismo.Dança dos Tapuias. Albert Eckhout, s.d.Os indígenas foram subjugados desde então e passaram a ser entendidos como incapazes para o trabalho.Mais do que isto, eles ganharam a alcunha de preguiçosos pela forma como se relacionavam com a labuta.Para conhecer melhor como se deu este processo é preciso entendê-lo antes mesmo da chegada dosportugueses ao Brasil: A mudança aconteceu com a chegada dosportugueses. Enganam-se aqueles que,ludibriados por contos populares, acreditam emuma relação amistosa entre eles, conduzidapela troca de espelhos por riquezas. Houve lutadurante o processo de colonização e muitascomunidades foram extintas tanto pela lutaarmada quanto pelo contágio de doençastrazidas pelos europeus. Os indígenas foram escravizados e seguiramassim até o decreto de libertação assinado porMarquês de Pombal em 1757.Durante este período, os nativos brasileirosprecisaram abandonar muitos de seus hábitos e, por conta dessas mudanças, trouxeram para a própria culturanovos costumes. A religiosidade de acordo com a visão do colonizador, por exemplo, passou a fazer parte daRelação com a natureza Os indígenas viviam em tribos, cada umacom sua organização social, crenças,costumes e tradições. Independentementedas diferenças entre eles, os nativosbrasileiros mantinham uma relação muitoíntima com a natureza. Tudo que lhes serviampara a sobrevivência era extraído dela.Incompreensão do comércio Não havia, portanto, nenhum tipo decomercialização, mais do que isto, todasas atividades desenvolvidas nas aldeiasestavam diretamente relacionadas àmanutenção da vida. O que explica,inclusive, a falta de compreensão sobreas relações baseadas em produção,comercialização e consumo.vida indígena. Desde então, consequência de um doloroso processo de colonização, os povos indígenassofrem com a falta de reconhecimento dos próprios direitos.declarou a DécadaInternacional de Povos Afrodescendentes (2015-2024).Nesta declaração há uma recomendação que os paísesprevinam e punam as violações dos direitos humanos queafetem os negros, incluindo, inclusive, os agentes doEstado.O documento coloca como estratégico o desenvolvimentode ações que reconheçam os povos e facilitem o acessodeles à justiça, intensificando a prática de políticas deproteção social, prevenção, acolhimento e reparação.Saiba maisEm matéria publicada pela revista Exame em 13 de novembro de 2019, a população negra morre 2,7vezes mais do que a branca, sendo a principal vítima de homicídio no Brasil. O dado é do informativo:Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil e foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE). Ainda de acordo com o Instituto, enquanto a violência contra pessoas brancas se mantém estável, o índice dehomicídios de pretos e pardos cresceu em todas as faixas etárias. O período analisado foi de 2012 a 2017 e oaumento por 100 mil habitantes da população preta e parda chegou a 43,4 contra 37,2 anteriormente e 16 dapopulação branca.Foram registradas ainda, segundo o Sistema deInformações sobre Mortalidade (SIM), 255 milmortes de pessoas negras por assassinato noperíodo analisado.Os números são ainda mais impactantes seconsiderarmos apenas a população jovemnesta pesquisa. Entre os brancos de 15 a 29anos, a taxa ficou em 34 para cada 100 milhabitantes em 2017, segundo os dados daDataSus.Já entre pretos e pardos o número chega a 98,5assassinatos a cada 100 mil habitantes, e namesma faixa etária a taxa de homicídio sobrepara 185. As jovens mulheres negras tambémacompanham estes índices de mortes.Enquanto a taxa de jovens brancas é de 5,2, as pretas e pardas chegam a 10,1. Nos anos 1970 e 1980, os núcleos jurídicos de atenção a vítimas de preconceito foram criados, instituídos eneste mesmo período se transformaram em mecanismos contundentes no combate ao racismo. Em 2000, oGoverno do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria de Estado de Segurança Pública e em parceriacom o Ministério da Justiça, inaugurou o Centro de Referência Nazareth Cerqueira contra o Racismo e oAntissemitismo. Entenda:1ProjetoConsistia na criação de um canal permanente de diálogo entre as polícias, os ativistas e ospesquisadores.2ObjetivoVisava, dentro da temática racial, a maior conscientização do sistema jurídico-policial no combateao racismo e à intolerância racial.3ResultadoSurgiu o Disque-Racismo, estabelecendo a possibilidade da população vítima da discriminaçãoreceber permanentemente atendimento jurídico, social e psicológico financiado com recursospúblicos.Dessa forma, podemos concluir que as demandas dos movimentos negros passam por questões ligadas àdiminuição da violência, ao fim do racismo e à inserção de negros em universidades e mercado de trabalho.Isso acionou uma política de reparação, como foi a política de cotas raciais. Ultimamente, o movimento negroincorporou em sua agenda questões ligadas à intolerância religiosa, ao feminismo e aos direitos LGBT para apopulação negra.Mais importante do que repudiar o racismo é ser antirracista.Essa é a tônica dos movimentos dos anos 2020. A filósofa e ativista negra Angela Davis é uma encarregada dedisseminar esses conceitos nas redes sociais.Angela Davis“Eu não sou racista. Tenho até amigos negros”. Essa é a pior declaração que alguém pode ouvir ou relataratualmente. Ela demonstra claramente a fala racista e preconceituosa, herança, como vimos até aqui doPeríodo Colonial. O antirracismo vem como uma importante ideologia política de oposição ao racismo, masque ultrapassa apenas a simples indignação. Ela envolve uma prática. O que você tem feito em torno dodebate racial? O que você tem feito para acabar com o racismo no seu microcosmos? Aí sim você estarásendo antirracista.Fala, mestre!O vídeo aborda a questão da desigualdade social e racial no Brasil, especialmente nas periferias do Rio deJaneiro. O conteúdo destaca como a ausência do Estado e a falta de direitos básicos enfraquecem ascomunidades pobres. Assista agora!Conteúdo interativoAcesse a versão digital para assistir ao vídeo.Pensando o povo brasileiroVamos explorar diferentes perspectivas sobre a identidade nacional brasileira por meio das obras de trêsimportantes pensadores contemporâneos. Confira!Milton SantosO autor interpretou o Brasil e sua identidadenacional, destacando, em suas análises, adiversidade geográfica e social do país.Djamila RibeiroAs reflexões da autora abordam a identidadenacional mediante a crises de gênero e raça.Ailton KrenakAs críticas e os novos olhares propostos peloautor se voltam à identidade brasileira.Trata-se de valiosas abordagens que nos ajudarão a compreender as complexidades e as transformações daidentidade nacional brasileira. Vamos lá!1Abordagem geográfica e socialEm suas obras, Milton Santos destaca a diversidade geográfica, cultural e social do país,argumentando que ela é uma característica fundamental da identidade brasileira. Santos enfatiza aimportância de valorizar e promover essa diversidade, em vez de tentar impor uma única narrativa ouidentidade nacional. Ele também destaca a desigualdade espacial e social como um desafio centralpara a construção de uma identidade nacional mais inclusiva e justa.2Perspectiva feminista e antirracistaEm suas análises, Djamila Ribeiro destaca as interseções entre gênero, raça e classe, argumentandoque a identidade brasileira é marcada por crises nessas áreas. Ribeiro critica a ideia de umaidentidade nacional homogênea e patriarcal, argumentando que é necessário reconhecer econfrontar as desigualdades e injustiças que afetam principalmente mulheres e pessoas negras noBrasil. Sua obra convida a uma reflexão sobre como construir uma identidade nacional mais inclusivae igualitária, que leve em conta as múltiplas experiências e perspectivas presentes na sociedadebrasileira.3Crítica profunda à noção tradicional de identidade nacionalEm seus escritos, Ailton Krenak questiona a ideia de uma identidade brasileira fixa e estável,argumentando que essa concepção ignora as histórias e culturas dos povos indígenas e tradicionaisque habitam o território brasileiro há milhares de anos. Krenak defende uma abordagem mais fluida eplural para pensar a identidade brasileira, que reconheça e valorize a diversidade cultural e étnica dopaís. Ele também chama a atenção para a urgência de proteger o meio ambiente e os territóriosindígenas, que são fundamentais para a preservação da identidade brasileira e para a sobrevivênciade toda a humanidade.As reflexões de Milton Santos, Djamila Ribeiro e Ailton Krenak oferecem perspectivas complementares eprofundas sobre a identidade nacional brasileira. Enquanto Santos destaca a diversidade geográfica e socialdo país, Ribeiro problematiza as crises de gênero e raça que permeiam essa identidade, e Krenak propõe umacrítica radical à noção tradicional de identidade nacional.Juntos, esses teóricos nos convidam a repensar e reconstruir a identidade brasileira de maneira maisinclusiva, justa e sustentável. Suas análises nos desafiam a confrontar as desigualdades e injustiças que aindapersistem na sociedade brasileira e a trabalhar em prol de um futuro mais igualitário e diverso.Vamos agora pensar o Brasil por meio da poesia! Aqui estão 10 poetas brasileiros que tratam da identidadenacional de diversas perspectivas!Ferreira GullarAutor da poesia concreta e engajada, suas obras refletem sobre a identidadenacional, especialmente em relação às questões sociais e políticas.Conceição EvaristoPoetisa negra, suas obras abordam a experiência da mulher negra nasociedade brasileira, explorando temas como racismo, ancestralidade eresistência.Manoel de BarrosPoeta do Pantanal, sua poesia se conecta com a natureza e a culturaregional, refletindo sobre a identidade do Centro-Oeste brasileiro.Oswald de AndradeUm dos principais representantes do Modernismo brasileiro, sua obra Manifesto antropófago reflete sobre a identidade nacional a partir de umaperspectiva de fusão cultural.Cora CoralinaPoetisa goiana, suas obras retratam a vida simples e as tradições do interiordo Brasil, contribuindo para a construção da identidade do Centro-Oeste.Adélia PradoAutora mineira, suas poesias exploram temas como fé, amor e cotidiano,oferecendo uma visão íntima e autêntica da identidade brasileira.João Cabral de Melo NetoPoeta pernambucano, sua poesia é marcada pela precisão formal e pelarepresentação das paisagens e do povo nordestino.Mário de AndradeEscritor paulista, sua poesia e prosa exploram a diversidade cultural do Brasil,especialmente por meio do Movimento Modernista.Hilda HilstPoetisa paulista, sua obra aborda temas existenciais e metafísicos, refletindosobre a identidade brasileira sob uma perspectiva mais universal.Eliane PotiguaraEscritora e ativista indígena, sua poesia aborda temas como a resistência dospovos originários, a preservação ambiental e a luta pela justiça social.Os poetas brasileiros representam diferentes regiões, etnias, gêneros e perspectivas sobre a identidadenacional, contribuindo para uma compreensão mais ampla e diversificada do país.Vamos pensar sobre tudo o que vimosNeste vídeo, confira o resumo de tudo o que vimos e sua importância no Enade.Conteúdo interativoAcesse a versão digital para assistir ao vídeo.Verificando o aprendizadoQuestão 1A demanda da comunidade afro-brasileira por reconhecimento, valorização e afirmação de direitos, no que dizrespeito à educação, passou a ser particularmente apoiada com a promulgação da lei 10.639/2003, quealterou a lei 9.394/1996, estabelecendo a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-brasileiras eAfricanas. (Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino deHistória e Cultura Afro-brasileira e Africana. Brasília: Ministério da Educação, 2005.) A alteração legal no Brasil contemporâneo descrita no texto é resultado do processo de:AAumento na renda nacionalBMobilização do movimento negroCMelhoria na infraestrutura escolarDAmpliação das disciplinas obrigatóriasEConscientização da população e demanda da sociedadeA alternativa B está correta.Foram os movimentos civis negros que conseguiram trazer para o debate todas as demandas sobre direitosque até então não figuravam nas pautas sociais e políticas do país.Questão 2(CEPERJ 2008) Prefeitura de Angra dos Reis – Adaptado.As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental destacam que é preciso reverter o quadro dediscriminação e exclusão existente no interior das escolas, originado pelo racismo, sexismo e preconceitosoriginados por situações socioeconômicas, regionais, culturais e étnicas. Sendo assim, ao definir suas propostas pedagógicas, as escolas deverão explicitar, dentre outros aspectos:AO reconhecimento da identidade pessoal de alunos e professores conforme estabelecido pela Lei10.639/2003.BUm código de conduta para toda a comunidade escolar.CEstratégias traçadas para minimizar as dificuldades econômicas da comunidade.DOs limites precisos da atuação de cada profissional que atua na escola.EAs diretrizes pedagógicas adotadas por cada unidade escolar.A alternativa A está correta.Conforme vimos na leitura do módulo, a Lei nº 10.639/2003 estabeleceu que o ensino das relações étnico-raciais deverá, a partir dos conteúdos lecionados, reforçar a identidade de cada pessoa que faça parte doprocesso educativo.4. ConclusãoConsiderações finaisA frase, transformada em meme e compartilhada nas redes sociais, normalmente em tom irônico, “o Brasil nãoé para amadores” nunca fez tanto sentido como agora. Nesse passeio que fizemos sobre fatos da história doBrasil, fica claro o quanto nosso povo sofreu e continua sofrendo para que suas identidades e diversidadesculturais fossem aceitas nesse grande caldeirão de culturas, línguas, estilos e povos, que é o Brasil.Desde cedo, os dirigentes desse país tentaram, na base do jeitinho, inclui-lo na rota da civilização. Noentanto, ao contrário de enaltecer as diferenças e retirar o que há de mais positivo no contato com asdiferentes culturas, branquear a sociedade brasileira acabou sendo a pior solução e a que mais problemastrouxe para negros e indígena em nosso território.A sorte é que o Brasil é muito mais do que isso e com jeitinho que aprendeu na cadência do samba, nacordialidade do seu povo que recebe a todos com o coração, que ama festa, praia e futebol, vamos driblandoas diversidades, reconhecendo direitos, brigando pela Educação e inclusão para negros e indígena, os quaisvão se empoderando e lutando para fazer valer seus direitos e reconhecer suas identidades. Estamos longeda perfeição, mas nesse caminho longo que é a luta pelos direitos fundamentais a todos os brasileiros, deatalho em atalho, e por meio do conhecimento, vamos mudar essas ideias que um dia serão apenas históriatransformada.PodcastNeste podcast, serão discutidos os principais assuntos que você estudou. Conteúdo interativoAcesse a versão digital para ouvir o áudio.Fala, mestre!Nesse espaço, complementamos o que vimos até aqui.A construção da identidade cultural negra no BrasilConteúdo interativoAcesse a versão digital para assistir ao vídeo.Qual a função do Direito para o desenvolvimento social?Conteúdo interativoAcesse a versão digital para assistir ao vídeo.Explore +Para saber mais sobre os assuntos explorados neste tema, assista a: Carlota Joaquina — Princesa do Brasil, direção Carla Camurati, 1994. Fonte: FilmowUm painel da vidade Carlota Joaquina, a infanta espanhola que conheceu o príncipe de Portugal com apenas dez anos ese decepcionou com o futuro marido. Sempre mostrou disposição para seus amantes e pelo poder.Sentiu-se contrariada quando a corte portuguesa veio para o Brasil, tendo uma grande sensação dealívio depois que foi embora. Macunaíma, direção Joaquim Pedro de Andrade, 1969. Fonte: FilmowMacunaíma é um heróipreguiçoso, safado e sem nenhum caráter. Ele nasceu na selva e, de preto, virou branco. Depois deadulto, ele deixa o sertão em companhia dos irmãos. Macunaíma vive várias aventuras na cidade,conhecendo e amando guerrilheiras e prostitutas, enfrentando vilões milionários, policiais, personagensde todos os matizes. Depois dessa longa e tumultuada aventura urbana, ele volta à selva, ondedesaparecerá como viveu – antropofagicamente. Guerra do Brasil.doc, direção Luiz Bolognesi, 2018. Fonte: Curta!Se você gosta de séries não podeperder os episódios de Guerra do Brasil.doc. Série documental em episódios, disponibilizados noYouTube e Netflix, que aborda em seu primeiro episódio as guerras travadas entre os invasoreseuropeus e a população indígena que habitava nossas terras. São guerras que começaram em 1500 eperduram até os dias de hoje. Desmundo, direção Alan Fresnot, 2003. Fonte: YoutubeO filme é ambientado em 1570, época em queos portugueses enviavam órfãs ao Brasil para que se casassem com os colonizadores. A tentativa eraminimizar o nascimento dos filhos com as índias e que os portugueses tivessem casamentos brancos ecristãos. Oribela, uma dessas jovens, é obrigada a casar com Francisco de Albuquerque. Quilombo, direção Carlos Diegues, 1984. Fonte: YoutubeEm torno de 1650, um grupo de escravos serebela num engenho de Pernambuco e ruma ao Quilombo dos Palmares, onde uma nação de ex-escravos fugidos resiste ao cerco colonial. Entre eles está Ganga Zumba, príncipe africano e futurolíder de Palmares, durante muitos anos, que contestará as ideias conciliatórias de Ganga Zumba,enfrentando o maior exército jamais visto na história colonial brasileira. O Lado Negro do Chocolate, direção Miki Mistrati, 2010. Fonte: YoutubeVocê acredita que o trabalhoescravo existe até hoje? É o que nos mostraesse documentário do jornalista dinamarquês Miki Mistrati,que denuncia o trabalho escravo infantil por trás das plantações de cacau na Costa do Marfim. Comcâmera escondidas, ele mostra os pontos de tráfico de crianças na África e as plantações nas quais ascrianças são forçadas a trabalhar. Panteras Negras – Todo poder ao povo, direção Lee Lew-Lee, 1996. Fonte: FilmowO documentário foiconcebido após as revoltas negras de Los Angeles, ocorridas em 1992, quanto a impunidade daviolência policial sobre o povo negro gerou quatro dias de levante massivo, com mais de 7 mil imóveisincendiados e 53 mortos. Enquanto a TV anunciava os estragos de mais de um bilhão de dólares, odocumentarista Lee Lew-Lee decidiu se perguntar qual foi o verdadeiro dano histórico que provocouaquela explosão. O resultado é o resgate audiovisual de uma experiência profundamente consistentede organização e luta negra. Sou escrava, direção Gabriel Range, 2010. Fonte: AdorocinemaConta a trajetória de uma criançaraptada e feita de escrava, após a invasão de um grupo armado num vilarejo da África. O filme foi feitopara a Tv britânica.• • • • • • • • ReferênciasALMEIDA, Regina Celestino de. O lugar dos índios na história: dos bastidores ao palco. In: Os índios na Históriado Brasil. Rio de Janeiro: FGV, 2010, p. 13-28. CALDAS, Waldenyr. O que todo cidadão precisa saber sobre cultura. Rio de Janeiro: Global, 1997. DA REDAÇÃO. Veja. Rio de Janeiro, a cidade mais feliz do mundo. In: Revista Veja, 2009. REVISTA CAPITAL ECONÔMICO. RJ: Apenas 1 a cada 5 estudantes de medicina são negros. In: CapitalEconômico, 2019. EXAME. IBGE: População negra é principal vítima de homicídio no Brasil. In: Revista Exame, 2019. FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS. Dicionário de Ciências Sociais. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora da FundaçãoGetúlio Vargas, 1987. FURTADO, M.B.; SUCUPIRA, R.L.; ALVES, C.B. Cultura, Identidade e Subjetividade quilombola. Uma leitura apartir da psicologia cultural. Psicologia e Sociedade. Universidade de Brasília, 2014. 26(1), p. 106-115. In:Scielo. LOPES, Luiz Roberto. Cultura Brasileira. De 1808 ao pré-modernismo. Porto Alegre: Universidade/RFRGS,1995. LUCIANO, Gersem dos Santos. O Índio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasilde hoje. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade;LACED/Museu Nacional, 2006. ORTIZ, Renato. Cultura brasileira e identidade nacional. São Paulo: Brasiliense, 1994. RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro. São Paulo, Cia da Letras, 2006, p 437. RICARDO, C. A. e RICARDO, F. P. (Ed.). Povos indígenas no Brasil. São Paulo, Instituto Socioambiental, 2011. SANTOS, José Luiz dos. O que é cultura. São Paulo. Brasiliense, 2005. SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa Murgel. Brasil: uma biografia. 1. ed. São Paulo: Companhia dasLetras, 2015. WITZEL, Nicollas. Comunidades Quilombola tentam resistir ao avanço de grandes empreiteras. Revista Época,2019.O povo brasileiro e a questão do negro e do indígena1. Itens iniciaisPropósitoObjetivosIntroduçãoConteúdo interativo1. A identidade brasileiraA formação da identidade brasileiraO povo brasileiro e a questão dos negros e dos indígenasConteúdo interativoIdentidade brasileiraPoderPertencimentoO povo brasileiro e o conceito de culturaConteúdo interativoPovos indígenasConteúdo interativoAtençãoFala, mestre!Conteúdo interativoPovos de origem europeiaConteúdo interativoComentárioDurante o século XIXNo início do século XXPovos afrodescendentesConteúdo interativoAtençãoVerificando o aprendizado2. Miscigenação e a explicação do BrasilMiscigenaçãoConteúdo interativoSaiba maisCultura e cultura nacionalCriação e legitimação do Estado nacional brasileiroEurocentrismo culturalMovimento Antropofágico e identidade cultural brasileiraCultura no Estado NovoInfluência da cultura americanaCultura e a Ditadura MilitarPluralidade culturalAtençãoA chegada do negro no BrasilConteúdo interativoCultura e cultura nacionalConteúdo interativoO processo de construção da identidade cultural indígena no BrasilCajuMandiocaTrançados de palhaOs povos indígenas no Brasil de hojeReflexãoSaiba maisAtençãoO processo de construção da identidade cultural negra no BrasilCapoeiraSaiba maisBlack is powerAtençãoMaracatuJongoSaiba maisFala, mestre!Conteúdo interativoVerificando o aprendizado3. As relações étnico-raciais no Brasil e suas distinçõesA educação para as relações étnico-raciais no Brasil - Lei nº 10.639/2003Conteúdo interativoComentárioSegmentosEducadoresA distinção crítica das relações étnico-raciais no BrasilConteúdo interativoFala, mestre!Conteúdo interativoO racismo e o antirracismoConteúdo interativoSaiba maisProjetoObjetivoResultadoFala, mestre!Conteúdo interativoPensando o povo brasileiroMilton SantosDjamila RibeiroAilton KrenakAbordagem geográfica e socialPerspectiva feminista e antirracistaCrítica profunda à noção tradicional de identidade nacionalFerreira GullarConceição EvaristoManoel de BarrosOswald de AndradeCora CoralinaAdélia PradoJoão Cabral de Melo NetoMário de AndradeHilda HilstEliane PotiguaraVamos pensar sobre tudo o que vimosConteúdo interativoVerificando o aprendizado4. ConclusãoConsiderações finaisPodcastConteúdo interativoFala, mestre!A construção da identidade cultural negra no BrasilConteúdo interativoQual a função do Direito para o desenvolvimento social?Conteúdo interativoExplore +ReferênciasAtençãoSempre que houver a tentativa de olhar os grupos locais sobre o olhar dos outros, não seremos capazesde compreender sua diversidade e importância. São grupos diversos, com culturas e formas deinterpretar o mundo diferentes, que não pararam no tempo e nem por isso deixam de ser menosimportantes ou necessários. Até hoje entendido como primitivo e exótico, o indígena é visto pela sociedade de forma estereotipada, nu,corpo pintado, cocar na cabeça e “não civilizado”. Pior ainda do que esta visão retrógrada é a dificuldade emaceitá-lo como indivíduo social. Grande parte da população não entende que o indígena pode manter viva suacultura ao mesmo tempo em que vive em sociedade, uma questão não invalida a outra.Cacique Raoni Metuktire, líder do povo indígena Kayapó, Rio de Janeiro, 2012, BrasilFala, mestre!O vídeo aborda o avanço, embora insuficiente, na visibilidade e posicionamento do negro na sociedadebrasileira. Assista agora!Conteúdo interativoAcesse a versão digital para assistir ao vídeo.Povos de origem europeiaVeja, neste vídeo, alguns dos grupos europeus e imigrantes que chegaram ao Brasil ao longo do tempo.Conteúdo interativoAcesse a versão digital para assistir ao vídeo.Os portugueses orientaram parte da nossa sociedade e cultura no início de um tempo em que a denominaçãobrasileiro ainda nem podia ser considerada referência de quem aqui vivia. Muito se discute sobre como osportugueses chegaram ao território que hoje entendemos como Brasil. Alguns ainda tratam como um desviode rota, outros entendem que Duarte Pacheco, que havia participado de uma expedição secreta a essas terrase era integrante da esquadra de Cabral, tinha levado informações sobre esta porção de mundo aosportugueses que, a partir dali, iniciaram uma empresa de reconhecimento e posse do território que lhe cabiacomo afirmava o acordo firmado no Tratado de Tordesilhas.Muito se discute a respeito do termo correto a ser utilizado sobre a chegada dos portugueses às terrasbrasileiras. Há algum tempo trabalhávamos com a ideia de descobrimento, mas hoje já podemos entender quenão é possível descobrir algo que já está habitado, não é mesmo? Centenas de grupos indígenas viviam nesteterritório, com sua organização social, costumes, hierarquias e tradições antes da chegada dos portugueses e,para respeitarmos essa herança que também faz parte da formação cultural brasileira é preciso reconhecerque a chegada portuguesa se tratou de um processo de conquista de território, onde lutas foram travadas eque resultou na dominação do mais fraco pelo mais desenvolvido tecnologicamente. Dessa forma, estamoslidando com uma invasão e conquista portuguesa.Inicialmente, o contato dos portugueses com o Brasil limitava-se a expedições para coletas de pau-brasil,expedição sobre o nosso território, além do tráfico de nativos para a corte portuguesa. Até 1530, foram muitasas tentativas de invasão em nosso território e, por isso, o Rei D. João III designava militares para quevigiassem toda a costa.A colonização propriamente dita começa a partir de 1534, quando o território brasileiro é dividido emcapitanias hereditárias doadas a donatários que poderiam explorar e proteger o espaço, além deiniciar o plantio da cana-de-açúcar. Com a descoberta por parte dos bandeirantes, no século XVII, de ouro e diamantes, o Brasil é ampliado epovoado. As primeiras minas de ouro foram descobertas nas regiões dos atuais estados de Minas Gerais,Goiás e Mato Grosso. E haja organização para a extração das nossas riquezas.Todavia, foi muito tempo depois, em 1808, com a chegada da família real, que as nossas cidades ganharammais desenvolvimento, visto que a Corte Portuguesa escolhe o Rio de Janeiro para morar. ComentárioQuem nascia no Brasil nessa época era português. Eles se diferenciavam dos ameríndios e dos negrosescravizados que não eram considerados cidadãos. Só depois da Independência do Brasil que foipossível diferenciar brasileiros de portugueses. Desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro em 1500, Oscar Pereira daSilva, 1900Desfile da Mangueira, carnaval de 2019, Rio de Janeiro,BrasilCom uma cultura riquíssima e fruto da miscigenação de inúmeros grupos étnicos, a cultura brasileira contacom influências de origem indígena, portuguesa e africana, além de outros grupos imigrantes que aquiestiveram. A terra de Camões é, sem dúvida, o país europeu que mais influenciou nossa cultura, tanto nastradições, como nos costumes e simbolismos. A formalização da língua portuguesa como oficial do território ea tradição do credo católico são heranças dessa cultura portuguesa.Em parte, os portugueses são responsáveis pela miscigenação do povo e também por muitas referências donosso cotidiano. Muitas de nossas festas populares, parte de nosso folcloree culinária são heranças portuguesas, estamos citandoapenas alguns exemplos. O Carnaval, as festas de SãoJoão, o bicho-papão, cuca, lobisomem, maracatu, fandangoe também, muitos pratos típicos da nossa culinária sãoadaptações de iguarias portuguesas, como: a feijoada, oquindim e, é claro, a bacalhoada.Também não podemos esquecer que os portuguesesdominaram, colonizaram e escravizaram os primeiros povosbrasileiros — os indígenas — além de se utilizarem da mãode obra de negros escravizados, traficados de diversospontos do continente africano para sustentar um padrão de vida elevado e a economia brasileira.Outros povos brancos aqui participaram, como franceses e holandeses, em tentativas de invasão, e ingleses eespanhois por convivência com as metrópoles portuguesas. Migrantes vieram mais tarde com alemães,suiços, italianos, poloneses entre outros, já com o objetivo de trabalhar e fugindo das dificuldades e pobrezana Europa no fim do século XIX e início do século XX.No Brasil, além da diversidade étnica resultante da miscigenação entre indígenas, africanos e europeusdurante a colonização, é importante destacar também o papel dos imigrantes europeus na formação do povobrasileiro, especialmente durante os séculos XIX e XX. A chegada maciça de imigrantes, principalmenteitalianos, alemães e portugueses, contribuiu significativamente para a composição demográfica e cultural dopaís. Veja!Durante o século XIXA vinda de imigrantes europeus foi impulsionada principalmente pelanecessidade de mão de obra para a expansão econômica, especialmentenas áreas rurais, como na cafeicultura do Sudeste. Os imigrantes, alémde trazerem consigo suas habilidades e seus conhecimentos técnicos,também trouxerem tradições, costumes e idiomas, enriquecendo, assim,a diversidade cultural brasileira.No início do século XXO fluxo migratório europeu continuou influenciando diversos aspectos dasociedade brasileira, como a gastronomia, a arquitetura, a música e asartes. A imigração desempenhou papel fundamental na construção daidentidade nacional brasileira, ao lado das culturas indígena e africana, econtribuiu para a formação de uma sociedade multicultural.As populações chegavam a um país que tinha como projeto o branqueamento, algo que marcou o ideal decultura e modificou, de maneira plural, a formação das regiões do Brasil.Grupos segmentados, como japoneses, chineses, árabes e judeus, também vieram para o Brasil, oraenquadrados como brancos ora enquadrados pela sua cultura. Ainda que constituindo ilhas migratórias emalgumas regiões do Brasil, eles também fizeram parte desse complexo mosaico nacional de culturas.Povos afrodescendentesAcompanhe, neste vídeo, como a cultura africana enriqueceu a identidade brasileira e como o processo deescravização ajudou na formação do racismo estrutural, que está entranhando na sociedade até hoje.Conteúdo interativoAcesse a versão digital para assistir ao vídeo.A partir da segunda metade do século XVI grupos africanos foram trazidos para trabalhar como escravos noBrasil, com hábitos, costumes, cultura e tradições que fazem parte do nosso cotidiano até os dias de hoje.Música, culinária,artes marciais e religião são apenas alguns exemplos de como a cultura africana enriqueceua identidade brasileira. Graças a essa infinidade de grupos étnicos que foram trazidos para cá, temos hoje osamba, o atabaque, o azeite de dendê, o acarajé e, no campo da fé, temos o candomblé e a umbanda, duasreligiões de matriz africana criadas no Brasil.Salvador, 2015, BrasilNão podemos romantizar o tráfico negreiro e nem a chegada e escravização dos africanos. É preciso entendercomo o processo de escravização ajudou na formação do racismo estrutural que está entranhando nasociedade até os dias de hoje. A coisificação de seres humanos foi prática comum em nosso país por trêsséculos. É necessário que o coletivo busque superar os vícios que esse processo trouxe para a formação dasociedade brasileira.É muito comum ouvirmos o discurso de exaltação a negros bem-sucedidos que se destacam na sociedade.Casos assim são utilizados como referência e apresentados à população como o resultado de uma escolha decunho pessoal do indivíduo no investimento da própria força de vontade e desejo, como se toda a comunidadepudesse fazer o mesmo se assim o quisesse e se esforçasse para tal. Desconsidera-se, nesse sentido, aestrutura social que não lhes permite competir em condições igualitárias ou mesmo, na contramão destespoucos privilegiados, os casos isolados que provêm da miséria.A diáspora foi cruel e seus descendentes pagam um preço alto e por isso os movimentos de organização elutam precisam ser reconhecidos e exaltados como parte de nossa cultura, e não reduzidos oudesqualificados como vemos quando tratamos por exemplo das religiões. AtençãoDe acordo com matéria publicada pela revista Capital Econômico em 20 de novembro de 2019, o cursode Medicina no Estado do Rio de Janeiro tem a menor proporção de negros no Ensino Superiorpresencial, com apenas 20,51% dos alunos. As informações são do Instituto Nacional de Estudos ePesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Se por um lado a presença do negro no Ensino Superior no Rio de Janeiro aumentou na última década (entre2010 e 2018), segundo este mesmo estudo — que registrou um salto de 39 mil para 239 mil estudantes eminstituições de Ensino Superior do estado —, no país, os negros, maioria da população brasileira, representamapenas 35,8% dos universitários. Os números podem parecer surpreendentemente alarmantes e reveladores,mas de fato, eles apenas atestam a realidade do dia a dia.Basta que, para isto, realize-se, sem muito esforço, um mero exercício de observação e levante-se algunsquestionamentos:Por quantos médicos negros você já foi atendido? Quantos dentistas negros você conhece?Engenheiros civis? E de computação? Quantos advogados ou juízes negros circulam pelos tribunaisbrasileiros? Como o último país a abolir a escravidão no ocidente, tais constatações apenas colocam o Brasil perto dassociedades campeãs em desigualdade social, praticando um racismo nem mais tão silencioso assim, já queagora, com as redes sociais, as pessoas vão ganhando rostos e os resultados tornam-se mais perversosainda. A naturalização de frases como: “Isso só pode ser coisa de preto”, “preto de alma branca”, “você estádenegrindo a minha imagem”, entre outras, corrobora com a perversidade do racismo à moda brasileira, queremete o negro a um espaço de indignidade e subserviência. Há, dessa forma, a manutenção do modeloescravocrata de submissão e subordinação.Se faz necessário que parte da sociedade se torne consciente de seus privilégios e que faça um esforçocoletivo para encerrar definitivamente esse capítulo tenebroso da nossa História. Não devemos buscaresquecer ou apagar o passado, mas baseados na experiência pregressa, precisamos trabalhar para um futurodiferente e com condições de garantir as mesmas oportunidades para todos os cidadãos.Verificando o aprendizadoQuestão 1Durante os séculos XIX e XX, a imigração europeia teve papel significativo na formação do povo brasileiro.Considerando esse contexto, qual das alternativas a seguir melhor descreve o impacto dessa imigração noBrasil?AA imigração europeia foi predominantemente urbana e não teve grande impacto na cultura rural do país.BOs imigrantes europeus chegaram ao Brasil principalmente no século XVIII, e sua influência foi limitada àregião Nordeste.CA vinda de imigrantes europeus, especialmente italianos, alemães e portugueses, durante os séculos XIX e XX,foi motivada pela necessidade de mão de obra para a expansão econômica em áreas rurais, como nacafeicultura do Sudeste, e eles contribuíram significativamente para a diversidade cultural brasileira.DA imigração europeia no Brasil foi incentivada apenas após a abolição da escravatura, e os imigrantes seconcentraram exclusivamente no setor industrial.EAs tradições e os costumes trazidos pelos imigrantes europeus não tiveram influência significativa naformação da identidade cultural brasileira.A alternativa C está correta.A vinda de imigrantes europeus durante os séculos XIX e XX foi impulsionada pela necessidade de mão deobra para áreas como a cafeicultura do Sudeste. Eles trouxeram consigo tradições e costumes queenriqueceram a diversidade cultural brasileira.Questão 2O Brasil se constituiu sobre o mito da democracia racial. Difundiu-se a partir daí o ideal de miscigenação comomecanismo de absorção do mestiço. Entretanto este dispositivo não fora criado para a ascensão social donegro. Pelo contrário. A proposta sempre foi manter a hegemonia da classe dominante. Sobre esta questão écorreto afirmar que:AA miscigenação serviu para enaltecer o mulato que não se sentia parte da sociedade brasileira desde a épocada escravidão.BA miscigenação possibilitou o desenvolvimento dos atuais movimentos afro-brasileiros que reivindicam suasidentidades e lugares de fala específicos.CA miscigenação, apesar de ser vista como fundamental para se constituir a identidade brasileira, tinha de lidarcom os problemas impostos pelas teorias raciais que dominavam o mundo no século XIX e que colocavam onegro em posição inferior.DA miscigenação atingiu o objetivo de embranquecer a sociedade brasileira eliminando todos os problemastransmitidos pela herança biológica dos negros.EA democracia racial é um conceito trabalhado a partir da obra de Gilberto Freyre que revela a convivênciaharmônica entre escravizados e senhores anunciando que, ao contrário do que se imaginava, o processo deescravidão no Brasil foi brando e pacífico.A alternativa C está correta.Durante um tempo, a miscigenação se apresentou aos intelectuais da época como um sério dilema: umelemento fundamental da nação brasileira, mas que estava atrelado aos defeitos transmitidos pela herançabiológica. Ou seja, diante de teorias raciais extremamente preconceituosas, que elevavam o branco emrelação às demais raças.Estação da Luz, São Paulo, Brasil, 20212. Miscigenação e a explicação do BrasilMiscigenaçãoEntenda, neste vídeo, o processo de construção de identidades e a miscigenação no Brasil.Conteúdo interativoAcesse a versão digital para assistir ao vídeo.E pensar que o território brasileiro de tão rico e diverso deveria passar tão longe de todas essas práticasexcludentes que ainda perduram até hoje. O país possui regiões que são formadas porgrupos sociais bem distintos. Nossa populaçãoé formada por diferentes tipos humanos,originários de várias partes do mundo, eorganizados em grupos que diferem entre si,sendo esta mistura uma das característicasmais marcantes do povo brasileiro. Uma rápidaobservação de uma estação de trem ou metrôde qualquer uma das grandes cidades podecomprovar isso: são crianças, mulheres,homens, idosos, adolescentes, negros,brancos, orientais, outros com aparênciaindiana; pessoas das mais variadas classessociais. Uma importante diversidade cultural. A convivência com a diversidade de pessoas, de ideias e de atuar na vida social contribui em grande escala,por exemplo, paraa eliminação de preconceitos e perseguições de determinados grupos e categorias depessoas.Importantes pesquisadoras no contexto da discussão sobre diversidade étnica no Brasil, Schwarcz e Starling(2015) mostram como a mestiçagem se transformou numa questão de representação nacional.É inegável que a miscigenação gerou uma sociedade definida por uniões, ritmos, artes, esportes, escritas,aromas, culinárias e religiosidades mistas.Talvez por isso que a alma do Brasil seja crivada de cores.(SCHWARCZ; STARLING, 2015, p. 15)Obra A redenção de cam. Modesto Brocos Gómez,1895Durante um tempo, a miscigenação se apresentou aosintelectuais da época como um sério dilema: um elementofundamental da nação brasileira, mas que estava atreladoaos defeitos transmitidos pela herança biológica. Em outraspalavras, diante de teorias raciais extremamentepreconceituosas, que elevavam o branco em relação àsdemais raças, “[...] a apatia, a imprevidência, o desequilíbriomoral e intelectual, a inconsistência seria dessa formaqualidades naturais do mestiço, do elemento brasileiro”.(ORTIZ, 2005, p. 21).Desde o fim do século XIX e início do século XX existe ummovimento por parte dos intelectuais brasileiros para tentarexplicar o que afinal de contas é o Brasil e quem é o povobrasileiro.Isto se deu porque era importante que o Brasil tivesse uma identidade e que tivesse a possibilidade de seconstituir enquanto um povo, ou seja, uma nação.Neste momento da nossa história era importante consolidar a imagem da nação que emergia diante de umahegemonia europeia no mundo ocidental.Aos estudiosos brasileiros cabia a tarefa de explicar o porquê do nosso “atraso” em relação a estes países e,para isto, o modelo explicativo também era fornecido pelas teorias que se desenvolviam na Europa. O positivismo de Comte, o darwinismo social e o evolucionismo de Spencer foram as teorias que maisinfluenciaram o pensamento brasileiro na época. Constatado o atraso social, qual seria a solução para colocaro país na rota da civilização?Foi considerado simples branquear a sociedade brasileira. Mas você deve concordar que embranquecer umasociedade inteira é provavelmente impossível. Ou seja, para se eliminar todos os estigmas das “raçasinferiores”, seguindo a teoria da evolução social, somente em um futuro muito distante, como tambémsomente nesse futuro poderíamos ter um Estado nacional da forma como era imaginado.Positivismo , Darwinismo social , Evolucionismo socialPositivismoSurge como reação ao idealismo, opondo o primado da experiência sensível (e dos dadospositivos) ao primado da razão. Propõe a ideia de uma ciência sem teologia ou metafísica, baseadaapenas no mundo físico/material. Darwinismo socialSugere que existiriam comportamentos ecaracterísticas biológicas que determinariam que uma pessoa é superior a outra e aptas aodesenvolvimento social. Geralmente, o padrão determinado como o mais apto seria o de uma pessoa dosexo masculino, pele branca e que vivesse em meios urbanos. Evolucionismo socialTornou-se referênciaàs teorias antropológicas de desenvolvimento social que acreditavam que as sociedades tiveram inícioem um estado primitivo e gradualmente tornaram-se mais civilizadas com o passar do tempo. Nem épreciso dizer que a civilização mais evoluída estava associada à cultura europeia do século XIX. Diante da demanda pela criação de uma identidade nacional foi adotado o branqueamento. Para queisso fosse possível era necessário implementar um processo em que aos poucos teríamos umamálgama clareado e moderno. A miscigenação, ainda que exaltada, tem por base uma política deapagamento físico do passado brasileiro. O colorismo é um processo que separa indivíduos com base no tom de sua pele, por exemplo: quanto maisclara sua tez, mais aceitação social certo indivíduo tem por ter mais semelhança com a raça branca. Vemosexemplos desse processo quando, numa tentativa de anular identidades, usamos termos como café com leite,marrom bombom, cor de jambo etc. A miscigenação criou uma variedade infinita de tons de pele espalhadaspelo país, muitos indivíduos têm dificuldade em criar identificação com essa ou aquela definição e, por isso,essa discussão ganha cada vez mais espaço. Nos atuais movimentos sociais afrodescendentes, é preciso queCrianças jogando bolacada pessoa tenha seu lugar de fala, com demandas específicas seguindo a afirmação e as demandas de suaidentidade para que haja diálogo e melhoria das condições de vida em sociedade.Saiba maisNo século XIX até os ventos alísios, aqueles que sopram todo o ano sobre extensas regiões do globo,foram considerados justificativas para o nosso atraso cultural em relação à Europa? O argumento“meio”(ambiente) foi encarado como discurso científico durante um bom tempo. Para saber mais,consulte o livro de Renato Ortiz que está indicado no final da bibliografia. Cultura e cultura nacionalPara começar a discutir sobre esses temas, temos, antes, de dominar o conceito de cultura. Podemos definircultura como um conjunto de ideias, valores e costumes transmitidos, trocados por essas pessoas tãodiferentes que vivem em uma sociedade. E como vivemos em um mundo globalizado, as sociedadesdiferentes que fazem parte desse mundo trocam cultura entre si. Há algo de comum que nos une.A sociedade brasileira possui uma cultura geralque se relaciona com todos os brasileiros,indistintamente, determinada em grande partepela unicidade do idioma português. Contudo, mantém estreita relação com outrasculturas que se originam de outras regiões.Manifestações culturais como o carnaval oufutebol ainda hoje são expressões imbatíveis dabrasilidade reconhecidas internacionalmente.Vale dizer que cultura diz respeito a uma esfera,a um domínio da vida social. Nesse sentido, épreciso estudá-la nas suas mais diversas manifestações.Cultura é a maneira de como a realidade que se conhece é codificada por uma sociedade. São as palavras,ideias, doutrinas, teorias, práticas costumeiras e rituais. O estudo da cultura é importante para compreender osentido que fazem essas concepções e práticas para a sociedade que as vive. (SANTOS, 2005).Observe as diferenças sobre a ideia de cultura nacional ao longo do tempo:1822Criação e legitimação do Estado nacional brasileiroA partir da Independência, em 1822, e, principalmente, a partir da Proclamação da República, em1889, a ideia de uma cultura nacional começava a se tornar uma preocupação, uma vez que erapreciso criar um Estado nacional legítimo e reconhecido interna e externamente.1901Eurocentrismo culturalNa virada para o século XX, a maioria das pessoas que tinha condições para refletir e para interferirdiretamente neste assunto (ou seja, os intelectuais e os homens políticos) ainda mantinham comoprincipal referência o modelo europeu de constituição social. A ideia de uma cultura nacional não eradebatida como hoje, ou seja, não se buscava dentro da própria nação o conteúdo de uma culturanacional, para delinear suas características, para definir os aspectos que a fizessem única. O modeloprovinha das sociedades que se consideravam superiores em termos de civilização. Daí a ideiaeurocêntrica de “atraso”.1920Movimento Antropofágico e identidade cultural brasileiraA urgência em se desenvolver uma cultura brasileira que nos identificasse, que nos desse umaidentidade de fato nacional, inicia-se, de forma organizada e coletiva, apenas nos anos 1920, com osurgimento da geração modernista. Um dos grandes exemplos desse processo durante o modernismono Brasil é o Movimento Antropofágico, que buscava promover pensamentos para “engolir” umacultura estrangeira e, a partir dela, promover uma nova cultura com a cara do país, excluindo oeurocentrismo.1930Cultura no Estado NovoEm seguida, nos anos 1930, o nacionalismo vai ganhar força com a emergência, no plano político, deum Estado nacional forte: era o início da era Vargas, que apesar de suas características autoritárias ecentralizadores,dá fôlego e subsídios para a primeira grande tentativa de estabelecimento evaloração de uma cultura genuinamente nacional.1950Influência da cultura americanaA ideia de uma modernização acaba por levar o Brasil a uma intensificação da cultura americana,aproximando nossos ideais de brasilidade aos ideais trabalhados lá.1964Cultura e a Ditadura MilitarDiante de um governo militar marcado pelo nacionalismo a valorização e defesa de uma culturacomum que representasse o Brasil ganha força, inclusive nas escolas tornando-se uma imposição sere identificar um mesmo conjunto nacional como o brasileiro.2000Pluralidade culturalDiante dos processos e a consolidação da redemocratização, percebe-se um aumento da pluralidadee na defesa da pluralidade cultural brasileira.Já que falamos em cultura nacional, precisamos situar o debate em torno da questão da identidade cultural.SALVADOR, BAHIA/BRASIL - 15 de janeiro de 2015: Baianas lavam as escadas daIgreja do Bonfim, durante festa tradicional para católicos e candomblecistasQuando falamos em identidade, queremos saber sobre as características fundamentais que identificam umapessoa, uma comunidade, um país.A identidade cultural moderna é formada por meio do pertencimento a uma cultura nacional, ela fazalusão à construção identitária de cada indivíduo em seu contexto cultural. Em outras palavras, a identidade cultural está relacionada à forma como vemos o mundo exterior e como nosposicionamos em relação a ele. Muitas são as transformações que acompanham o ritmo do mundoglobalizado. A distância entre os países diminuiu, a indústria cultural produz em escala planetária e as culturaslocais são submetidas a um intenso bombardeio de outros elementos culturais externos. O indivíduo estásujeito a alterações radicais — fruto do dinamismo da realidade. Modismos, padrões de conduta ecomportamentos se sucedem com uma rapidez jamais vista. A identidade em tempos de globalização émaleável, flexível, fluida. Monumento a Pedro I, Rio de Janeiro, BrasilAtençãoA grande questão não é mais se há ou não a capacidade de mudança. O desafio agora é garantir que apessoa possa dar continuidade à sua história individual, compreendendo como se desenvolve oprocesso de (re)construção constante da sua identidade. A identidade do povo brasileiro é marcada pela questão da diversidade. Nossa brasilidade é sobre como nosrelacionamos com outros indivíduos deste mesmo território, é muito mais uma questão de pertencimento,afinidade e afeto do que uma construção social imposta e criada sobre critérios únicos. A identidade nacionalbrasileira está relacionada à diversidade cultural, étnica e social.A chegada do negro no BrasilNeste vídeo, saiba mais sobre a vinda do povo negro ao Brasil, as circunstâncias insalubres e o contexto daescravização.Conteúdo interativoAcesse a versão digital para assistir ao vídeo.Cultura e cultura nacionalAcompanhe, neste vídeo, como se deu a participação dos povos originários na construção e nodesenvolvimento da sociedade brasileira.Conteúdo interativoAcesse a versão digital para assistir ao vídeo.O processo de construção da identidade cultural indígena no BrasilHouve um momento da história em que o indígena foi considerado como alguém importante para a construçãoda identidade no Brasil. Mas isso aconteceu muito tempo depois do início conflituoso entre brancos, indígenase negros. As primeiras grandes interpretações genuinamente nacionais sobre nosso povo, nossa cultura e nossarealidade vão aparecer somente no século XIX, com o surgimento da chamada geração modernista. Antes,porém, houve uma tentativa por meio da literatura com o Indigenismo, em 1836. O indigenismo pode ser considerado umaadaptação do movimento romântico europeu àideologia de afirmação nacional que ganhavacorpo em nossa sociedade e que precisoubuscar nossos próprios personagens e nãomais na Europa, os sujeitos da nossa própriahistória.Dessa forma, o indígena foi considerado umsímbolo, um herói nacional. Mas isso só aconteceu porque, no momento, celebrar o indígena já não era mais perigoso para a ordemvigente. Veja as razões a seguir: Ele já estava quase totalmente extinto nos espaços dominados do litoral e, por isso não apresentavaameaça.O sistema produtivo estava calcado no negro, não no indígena. De certo que não se poderia enaltecer onegro.Além disso, a ideia de que o indígena, por seu espírito livre e por sua coragem, não aceitara aescravidão no passado, deixou o campo livre para o mito da docilidade do negro, visto comoconformado e até feliz em sua condição de escravo. (LOPEZ, 1995)Dessa maneira, o indianismo permitiu difundir uma imagem positiva do homem brasileiro – homem que, naorigem, fora livre e até lutara pela sua liberdade contra o português. A literatura indianista brasileira teve doisnomes importantes: José de Alencar e Gonçalves Dias.Retrato de José de Alencar1. 2. 3. Retrato de Gonçalves DiasGonçalves Dias fez do indígena um herói, enquanto José de Alencar preferiu mostrar o mundo natural e rústicodo nativo, do bandeirante, do gaúcho, do sertanejo.O indígena passou a ser visto como símbolo da pureza e da inocência. Isso foi usado pelos teóricosque estudavam o Brasil e que buscavam um rosto para ele, uma identidade. O indígena virou heróinacional. Mas os nativos deixaram suas pegadas culturais por onde passaram e hoje muito do que consumimos,vestimos, utilizamos como artesanato amplamente difundido e reconhecido como arte aqui dentro e noexterior, compõe a identidade da nossa sociedade.Mulher indígena da etnia dessana da Amazônia brasileira, em sua comunidade comroupas típicas de sua cultura e rosto pintado. Manaus, Amazonas, Brasil, 23 de julhode 2022O contato com a natureza, a alimentação baseada no consumo de frutas, legumes, verduras, raízes, caules,peixes são legados dessa população tão importante para o nosso país. Veja três exemplos a seguir:CajuFrutos como o caju e o açaí eram comuns na alimentação de povos doNorte e Nordeste brasileiros. O guaraná é uma bebida tipicamentebrasileira, conhecida mundialmente e utilizada comumente para asatividades diárias dos indígenas, além de ser considerado um fortificantepara os guerreiros.MandiocaA mandioca era a principal fonte de carboidrato da refeição dosindígenas. Uma forma de estocar a mandioca para uma posteriorutilização se transformou na tapioca e na farinha de mandioca,amplamente consumida por todos nós.Trançados de palhaA cultura do trançamento de fíbras vegetais foi fundamental naorganização e na construção de instrumentos que serviam paraarmazenamento, instrumentos de pesca, e na habitação. A construção decasas com as estruturas de fibras são instrumentos que passam a seradotados hoje na moda, em áreas de lazer e ainda consideradossustentáveis.Muitos pesquisadores defendem a teoria de que as comunidades indígenas tinham sua organização política,diferentemente dos europeus e, por isso, essa estrutura fora ignorada e esses grupos passaram a serpercebidos como primitivos e selvagens. O processo de conquista sofrido pelos indígenas resultou nogenocídio de milhares de indivíduos causando, inclusive, o desaparecimento de tribos inteiras. Além disso,houve a violência cultural com as tentativas de apagamento de seus costumes e tradições, violência queperdura até os dias de hoje.Concluímos que o ideal português de civilização retirou do indígena sua identidade, resultado de um processohistórico marcado pela violência física, cultural, religiosa e econômica. Esse novo sujeito, de raízes indígenas,Joênia Wapichanapossui um modo de vida híbrido, cujos costumes das sociedades tribais ainda permanecem vigentes, emboraadaptados à economia capitalista. De acordo com Azevedo:Desde o início da colonização brasileira até a década de 1970 os povos indígenas eram consideradoscomo uma categoria social transitória, ou seja, todas as políticas públicas direcionadasaos povosindígenas tinham como objetivos sua "integração à comunhão nacional", seja através da catequização,colonização, ou até mesmo da escravização.(AZEVEDO, 2008, p. 19)Números divulgados pela Fundação Nacional do indígena (FUNAI) mostram que a população indígena do Brasilcontava com aproximadamente 2 milhões de habitantes à época da conquista. Esse número foi reduzindovertiginosamente até alcançar a proporção estimada de 70 mil habitantes pelos idos de 1957. Dali em diantehouve certo crescimento, mas nada que chegasse próximo aos números do período colonial.A implantação de medidas afirmativas e a luta indígena porreconhecimento de seus direitos sociais foram decisivospara que a população indígena, parte essencial daidentidade brasileira, fosse enxergada e percebida comocidadã, fazendo valer suas especificidades, reforçando asdiferenças étnicas de cada povo. Foram reconhecidos comopovos de Direito adquirido com a Constituição de 1988.Apesar de muito ainda precisar ser feito, um acontecimentolegal e histórico marcou a trajetória de luta ereconhecimento do povo indígena.Em dezembro de 2008, cinco povos indígenas (Macuxi, Wapixana, Ingaricó, Patamona e Taurepang), há 30anos em disputa pela demarcação de suas terras nessa reserva, tiveram seus direitos defendidos pelaadvogada indígena Joênia Batista de Carvalho. índia Wapixana. Joênia foi a primeira indígena a defender umacausa no Supremo Tribunal Federal. (ALMEIDA, 2010.)Os povos indígenas no Brasil de hojeAtualmente, existem em torno de 896 mil indígenas em todo o território nacional, segundo o Censo 2010, doInstituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Entre as regiões do Brasil, a maior parte estáconcentrada na região Norte, com 342,8 mil indígenas, e a menor no Sul, com 78,8 mil. Entre as principaisetnias indígenas brasileiras na atualidade estão a ticuna (35.000), guarani (30.000), kaingang (25.000), macuxi(20.000), terena (16.000), guajajara (14.000), xavante (12.000), ianomâmi (12.000), pataxó (9.700) e potiguara(7.700). Gráfico: Divisão da população indígena brasileira por etniaOs indígenas estão mais do que nunca vivos: para não deixar morrer uma memória histórica e para resgatar edar continuidade aos seus projetos coletivos de vida, orientados pelos conhecimentos e pelos valoresherdados dos seus ancestrais, expressos e vividos por meio de rituais e crenças. São projetos de vida depovos que resistiram a toda essa história de opressão e repressão.IndígenasA recuperação do termo aparece como forma de luta e não como redutor a uma identidade única. Viver a memória dos ancestrais significa projetar o futuro a partir das riquezas, dos valores, dosconhecimentos e das experiências do passado e do presente, para garantir uma vida melhor e maisabundante para todos os povos.(LUCIANO, 2006) Cada vez mais presentes em setores importantes da sociedade, o povo indígena entrega advogados,professores, historiadores, médicos e roteiristas capazes de representar seus povos e garantir que seusdireitos sejam preservados.Os povos indígenas não são sociedades arcaicas, mas representam uma parcela significativa da populaçãobrasileira e que por sua diversidade cultural, territórios e conhecimentos ajudaram a constituir nossa nação.Ao participarem ativamente da vida social e política do Brasil, o indígena conseguiu recuperar a suaautoestima e ter um lugar de fala na sociedade.Dessa forma, foi sendo recobrada a identidade étnica, como uma realização individual e coletiva, mas tambémcomo cidadania reconhecida pela sociedade e pelo Estado. A questão indígena passou a ter uma maiorvisibilidade e relevância na vida nacional e ganhou autonomia e liberdade para que se decida como viver comsua prática cotidiana.Luciano (2006) nos mostra que os indígenas aldeados vivem dos recursos oferecidos pela natureza, enquantoos indígenas que moram em centros urbanos vivem geralmente de prestações de serviços e como mão deobra do mercado de trabalho. Da presença desses dois grupos distintos, podemos concluir que os indígenasque ainda se encontram distantes em suas aldeias reforçam a valorização de seus conhecimentostradicionais, das religiões ancestrais, do processo de consumo e distribuição de bens, enquanto os indígenaspresentes nas grandes cidades já estão imersos nos processos contemporâneos do mundo do trabalho,apostando na qualificação profissional e na imersão do mercado. O que seus representantes pleiteiam, noentanto, é o desenvolvimento de projetos sociais que abarquem as duas realidades propostas.ReflexãoMuito ainda precisa ser feito para que a identidade indígena seja plenamente reconhecida e com isso elese torne um sujeito de direito como expresso na Constituição Cidadã. O indígena ainda é visto como umobstáculo ao governo federal, latifundiários, grileiros, fazendeiros e empresários. Esses indivíduos veemno indígena a imagem de um homem sem interesses e sem direitos, como se ele não existisse. A FUNAI foi criada com o objetivo de intensificar a proteção de direitos e respeito aos interesses dos povosindígenas, buscando garantir as especificidades de suas várias etnias presentes no território brasileiro.Garantir o respeito à cultura indígena é uma obrigação, contudo, é preciso mais ainda fazer valer ademarcação das terras indígenas, o usufruto exclusivo dos recursos naturais e a preservação do equilíbriobiológico do indígena no seu contato com a sociedade.Salvador, Bahia, Brasil - 26 de abril de 2022: indígenas de diferentes tribos da Bahiadurante protestos na cidade de Salvador. O grupo busca melhorias em suas aldeiasNa pandemia do novo coronavírus (COVID 19) que assolou o mundo nos últimos anos, os indígenas maisdistantes acabaram sendo afetados. Houve certa tentativa de mapear a evolução do vírus, porém os númerosnão conseguiram dar conta da totalidade. Os indígenas que vivem fora das terras homologadas não entraramna contagem. De acordo com a Apib (Articulação dos Povos Indígenas no Brasil), em 14/06/2020 eram 20.947casos confirmados com 283 mortos confirmados e 96 povos afetados. São os brancos que depois de séculoscontinuam adoecendo os indígenas. Toda essa destruição não é nossa marca, é a pegada dos brancos, o rastrode vocês na terra.(DAVI KOPENAWA YANOMAMI, RICARDO E RICARDO, 2011, p. 22) Contituição de 1988, autor desconhecidoUm ganho imenso para os direitos dos povosindígenas é o fato de o Estado brasileiro, apartir da Constituição da República Federativado Brasil, de 1988, também consideradaConstituição Cidadã, criar normas, a fim deproteger os direitos e interesses dos povosindígenas. Os Direitos Constitucionais dos indígenasencontram-se definidos mais especificamenteno título VII, “Da Ordem Social”, dividido em oitocapítulos, sendo um deles o “Dos Índios”,destacando-se os artigos 231 e 232, além de outros dispositivos dispersos ao longo do texto e de um artigodo Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.Saiba maisArtigo 231 Caput: “São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças etradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à Uniãodemarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens". Artigo 232 “Os índios, suas comunidades eorganizações são partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses,intervindo o Ministério Público em todos os atos do processo”. A Constituição foi importante por ter reconhecido a capacidade civil dos indígenas. Vale lembrar que osrecursos hídricos e riquezas minerais do solo pertencem à União (Art.176). Mas aos indígenas é asseguradaparticipação na exploração. Especificamente em relação ao garimpo, a Constituição prevê que os dispositivosem seu texto não se aplicam às terras indígenas (Art. 231, § 7°), proibindo, sob qualquer hipótese, que aatividade seja realizada por não indígenas nessas terras. O problema está em fazer valer essa lei.Uma outra questãoque veio somar à inclusão dos Direitos e reconhecimento das terras indígenas foi a Lei n.11.645, de 2008, que tornou obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena nos ensinosfundamental e médio de escolas públicas e privadas, para ressaltar a importância dessas culturas na formaçãoda sociedade brasileira.AtençãoDiscutir tais assuntos no espaço escolar é importante pois insere a História e cultura africana, afro-brasileira e indígena na formação de crianças e jovens brasileiros. A lei foi importante por reconhecernegros e indígenas como sujeitos históricos e relevantes na formação da sociedade brasileira. O processo de construção da identidade cultural negra no BrasilCapoeira“Paranauê, paranauê. Paraná. Paranauê, Paranauê, Paraná”. Abre a roda e entra na ginga. A associação éimediata e automaticamente vem a memória o som do berimbau. A musicalidade contagia. Com ela, tambémimaginamos um grupo de pessoas reunido em um círculo. Capoeira de rua, Rio de Janeiro, BrasilMesmo relacionada a um contexto histórico marcado pelo sofrimento durante o período da escravidão, acapoeira sobreviveu às perseguições e transformou-se em um símbolo nacional que representa a luta deresistência. Trazida por africanos no fim do século XVI, a prática da capoeira mantinha viva as tradiçõesdaquele povo, entre elas, a preservação do idioma natal. Pouco se sabe, porém, da sua origem.A capoeira é, na verdade, a mistura de passos de dança e movimentos de luta. Foi desenvolvida assim paradisfarçar diante de seus senhores uma vez que escravizados eram proibidos de praticar qualquer tipo de luta.As manifestações artísticas promovidas pelos escravos, embora tivessem características relacionadas àsocialização, não contavam com a simpatia da elite dominante. Mais do que isso, a intolerância da casa-grande era traduzida em intensa repressão contra a senzala.Saiba maisAlém da capoeira, o lundu também despertava a ira dos senhores e senhoras da alta classe e, apesar deter sido dançado pela corte portuguesa em Lisboa, era considerada uma dança indecente quandoexpressada popularmente. O batuque, por sua vez, também não ficava atrás das demais manifestaçõese sofria perseguição igualmente. Dessa forma, é possível perceber que a musicalidade africana tem grande influência na construção daidentidade cultural negra no Brasil. Dos lamentos em forma de canto até os instrumentos musicais usados, taiscomo tambores, atabaques, chocalhos, pandeiros, entre outros, as contribuições são gigantescas epermanecem vivas até os dias de hoje. Entretanto, a partir do fim do século XIX e início do século XX, apreocupação em definir a identidade do indivíduo e as próprias manifestações culturais e esportivasbrasileiras passou a incomodar a elite brasileira. A imagem do Brasil, aos olhos do mundo, principalmente Europa e Estados Unidos, não desfrutavade boa credibilidade desde o tortuoso caminho até ali marcado pelo período de escravidão.Assim sendo, se por um lado não existia a possibilidade de negar a miscigenação étnica evidente, já que apopulação era composta por negros, mamelucos, crioulos, cafuzos e indígenas, por outro se fez necessáriomascarar o preconceito racial com o discurso evolucionista da mestiçagem.Black is powerPode-se afirmar que o corpo é uma construção social de estrutura biológica e que simbolicamente expressaculturalmente a história na qual o indivíduo está inserido. Muitas são as formas de usá-lo. Entre elas, desde osMulher negra com black powerMulheres negras com trançastempos antigos, estão os cabelos. Eles ganham destaque por ser um elemento representativo dapersonalidade do indivíduo e, nos dias atuais, tem ainda mais significado.Conserva-se com ele um profundo valorsimbólico de resistência e preservação cultural.O corte e o penteado podem expressardiversos sentimentos.As mulheres nos anos 1950, por exemplo,inspiraram-se nos cortes masculinos paraaumentar o engajamento social e políticofeminino. Os homens apresentaram o blackpower que ganhou o mundo e se tratava deuma referência ao movimento negro americano.O dreadlock também “fez a cabeça” de homense mulheres por conta do movimento rastafári.No Brasil, o cabelo crespo e a cor da pele sãosímbolos indissociáveis da construçãoidentitária brasileira. Eles estão diretamenterelacionados à consolidação da cultura negra. Entretanto, a sociedade, que normatiza e cria padrões estéticos afinados ao ideal branco europeu, classifica ocabelo do negro como algo inferior.É comum, inclusive, que muitos tentem ressignificar a suaestética por meio de alisamentos a base de produtosquímicos.É, na verdade, uma tentativa de sair de um lugar deinferioridade provocado pelo estereótipo pré-determinado eque não representa os traços biológicos da própria raça.Nos anos 1960 e 1970, o corpo, as cores e o ritmo musicalnegro influenciado pelas lutas pelos direitos civis negrosnos Estados Unidos ascenderam os movimentos BlackPower, Funk e Soul de tal forma que despertam significativamente as manifestações de orgulho e restauraçãodas heranças africanas. O reflexo de toda esta mobilização faz surgir nas principais capitais do Brasil os BailesBlack. Artistas como Toni Tornado e Wilson Simonal, entre outros, que passam a se destacar como osprincipais nomes do movimento.Os jovens negros brasileiros apropriaram-se, mesmo com todas as diferenças culturais, das questões políticase sociais dos negros americanos e criaram uma conexão importante nas narrativas brasileiras de luta contra adesigualdade.AtençãoPara se ter uma ideia da importância desta apropriação, Toni Tornado, em 1965, entrou nos EstadosUnidos como imigrante clandestino e lá sentiu na pele o racismo e o menosprezo dos brancos. O artistabrasileiro entendeu o sentido da luta dos negros por direitos civis e fez contato com os Panteras Negras,um grupo revolucionário que reivindicava o controle de instituições políticas e econômicas. Por isso é tão importante que se criem ações que facilitem o acesso de pessoas negras a lugares de destaquena sociedade, para incentivar outras a buscarem as mesmas oportunidades. Isso é o que temos chamado derepresentatividade, quando você vê que pessoas iguais a você começam a ocupar espaços que pareciaminacessíveis. Novo Partido dos Panteras Negras organizaram uma manifestação em nome de EricGarner, que morreu após uma briga com oficiais da polícia de Nova YorkMaracatuOs africanos escravizados e os seus descendentes brasileiros protagonizavam a dança em configuração decortejo que representa as antigas coroações de Reis do Congo. O cortejo ao som de batuque, com cânticos edança também era seguido pela realeza. JongoO processo de construção da identidade cultural negra no Brasil também passa pela ressignificação do jongo.Destaca-se neste processo o retorno das crianças e dos jovens para as rodas. Isto porque, no passado, elaseram proibidas de participar por conta do caráter mágico vinculado a dança. Esta, inclusive, sempre foi umadas principais razões que justificavam tamanha perseguição. A prática corporal afro-brasileira tem, na sua composição, a percussão de tambores, o exercício dadança coletiva e o canto. É importante dizer que hoje, o jongo, mesmo sendo reconhecido nascomunidades jongueiras, segue sofrendo com a desaprovação da sociedade de maneira geral. Vale ressaltar que o jongo possui o registro como patrimônio cultural material do Brasil constituído peloInstituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) desde 2005. Para isto, especialistas eantropólogos do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP) iniciaram um minucioso trabalho depesquisa em 2001 e graças a ele o jongo tornou-se a primeira manifestação de canto, dança e percussão decomunidades do Sudeste brasileiro de origem afro-brasileira.Encontro de Maracatus de Baque Solto, música e dança típicas de PernambucoO jongo ou caxambu, ou ainda tambu, chegou ao Brasil pela costado Sudeste na primeira metade do séculoXIX. Destacam-se nesta prática o uso de tambores em acompanhamento ao canto. O estilo vocal tem comoprincipal característica a entoação de frases curtas por uma pessoa e repetida pelo restante do grupo. Osparticipantes, dançarinos, encostam o ventre um no outro. O passo da dança é popularmente conhecido comoumbigada. O jongo foi uma forma de comunicação entre os negros durantes o período da escravidão quetraduzia de forma poética as dificuldades pelas quais eram submetidos.Saiba maisHá estudiosos que descrevem o jongo e o caxambu como práticas diferentes. Os pesquisadoressalientaram que o jongo estaria prestes a desaparecer por causa das restrições às participações decrianças e jovens. Tendo em vista que apenas os “cumbas”, (mestres detentores dos poderes mágicos) poderiam participardesta prática cultural, o fim seria uma questão de tempo. Contudo, novas pesquisas realizadas já década de1980 confirmaram que o jongo estava presente nas favelas do Rio de Janeiro e que ele tinha papelfundamental na origem do samba. O que sugere a capacidade de ressignificação da atividade. Pode-se dizerque as práticas e manifestações culturais, no caso das comunidades quilombolas, continuam sendoressignificadas para atender ao processo de reafirmação étnica.Fala, mestre!O vídeo aborda a problemática da implementação inadequada das leis brasileiras referentes às crianças eadolescentes, com foco especial na discriminação sofrida por famílias de religiões de matriz africana. Conteúdo interativoAcesse a versão digital para assistir ao vídeo.Verificando o aprendizadoQuestão 1(Makenzie) “Enquanto os portugueses escutavam a missa com muito ‘prazer e devoção’, a praia encheu-se denativos. Eles sentavam-se lá surpresos com a complexidade do ritual que observavam de longe. Quando D.Henrique acabou a pregação, os indígenas se ergueram e começaram a soprar conchas e buzinas, saltando edançando [...]” (Eduardo Bueno). O contato amistoso entre brancos e indígenas foi preservadoApela igreja, que sempre respeitou a cultura indígena no discurso da catequese.Baté o início da colonização, quando o indígena, vitimado por doenças, escravidão e extermínio, passou a serdescrito como selvagem, indolente e canibal.Cpelos colonos que escravizaram somente o africano na atividade produtiva de exportação.Dem todos os períodos da história colonial brasileira, passando a figura do indígena para o imaginário socialcomo o “bom selvagem e forte colaborador da colonização”.Eaté hoje, pois vivemos em uma sociedade que respeita e reconhece plenamente os direitos indígenas.A alternativa B está correta.O encontro entre portugueses e indígenas foi mágico para os povos originários. Considerados comodeuses, os brancos foram enaltecidos pelos indígenas. O contrário já não se pode afirmar. Quando osportugueses tentaram escravizar os indígenas, eles já não aceitaram mais pacificamente a convivência ereagiram, resistindo aos maus-tratos.Questão 2(Fuvest) Os indígenas foram também utilizados em determinados momentos, e sobretudo na fase inicial [dacolonização do Brasil]; nem se podia colocar problema nenhum de maior ou melhor “aptidão” ao trabalhoescravo [...]. O que talvez tenha importado é a rarefação demográfica dos aborígines, e as dificuldades de seuapresamento, transporte, etc. Mas na “preferência” pelo africano revela-se, mais uma vez, a engrenagem dosistema mercantilista de colonização; esta se processa em um sistema de relações tendentes a promover aacumulação primitiva de capitais na metrópole; ora, o tráfico negreiro, isto é, o abastecimento das colôniascom escravos, abria um novo e importante setor do comércio colonial, enquanto o apresamento dos indígenasera um negócio interno da colônia. Assim, os ganhos comerciais resultantes da preação dos aboríginesmantinham-se na colônia, com os colonos empenhados nesse “gênero de vida”; a acumulação gerada nocomércio de africanos, entretanto, fluía para a metrópole; realizavam-na os mercadores metropolitanos,engajados no abastecimento dessa “mercadoria”. Esse talvez seja o segredo da melhor “adaptação” do negroà lavoura... escravista. Paradoxalmente, é a partir do tráfico negreiro que se pode entender a escravidãoafricana colonial, e não o contrário. (Adaptado de NOVAIS, 1979, p. 105). Nesse trecho, o autor afirma que, na América portuguesa:AOs escravos indígenas eram de mais fácil obtenção do que os de origem africana. Por isso, a metrópole optoupelo uso dos primeiros, já que eram mais produtivos e rentáveis.BO comércio negreiro só pôde prosperar porque alguns mercadores metropolitanos preocupavam-se com ascondições de vida dos trabalhadores africanos, enquanto outros os consideravam uma “mercadoria”.CA rentabilidade propiciada pelo emprego da mão de obra indígena contribuiu decisivamente para que, a partirde certo momento, escravos africanos também fossem empregados na lavoura, o que resultou em umlucrativo comércio de pessoas.DO principal motivo da adoção da mão de obra de origem africana era o fato de que ela precisava sertransportada de outro continente, o que implicava a abertura de um rentável comércio para a metrópole, quese articulava perfeitamente às estruturas do sistema de colonização.EA escravidão indígena foi utilizada em um primeiro momento e, logo em seguida, descartada uma vez que osnativos conseguiram conquistar sua liberdade por meio de muitas revoltas locais.A alternativa D está correta.A lucratividade do tráfico negreiro foi a principal motivação para que houvesse a substituição da mão deobra escrava indígena pela negra.Diversidade étnica em grupo de amigos3. As relações étnico-raciais no Brasil e suas distinçõesA educação para as relações étnico-raciais no Brasil - Lei nº10.639/2003Confira, neste vídeo, a Lei n° 10.639/2003, que institui o ensino de história e cultura afro-brasileira paracrianças e adolescentes.Conteúdo interativoAcesse a versão digital para assistir ao vídeo.Muitas são as discordâncias entre autores, intelectuais e militantes dos movimentos sociais composicionamentos e perspectivas ideológicas distintas diante desta matéria. A falta de consenso pode, emalgumas circunstâncias, provocar desentendimentos. Tendo em vista a diversidade de termos e conceitosdentro da temática étnica-racial, a questão ganha várias interpretações da sociedade brasileira por parte dosseus atores. Destacam-se nesta controvérsia os movimentos sociais.O movimento negro cria relevância no cenário por exercer e cumprir uma tarefa fundamental nestadiscussão ao redefinir e redimensionar a questão social e racial na sociedade. Além de denunciar oscrimes cometidos e reinterpretar a realidade, o movimento contribui no processo de reeducação docidadão tanto no aspecto político quanto acadêmico da população brasileira. A identidade negra segue um processo de construção social gradativo, estendido, além do seio familiar e dosseus desdobramentos, como construção histórica, cultural e plural. No entanto, o grande desafio durante esteexercício sempre foi e permanece sendo a prática de trabalhar a promoção da identidade negra em umuniverso social que, ao longo de todos os tempos, foi conduzido para que eles, os negros, deveriam, paraalcançar espaços, negar sua identidade assumindo características padrões socialmente aceitas.Desta forma, compreende-se que o período escolar em toda a trajetória percorrida durante a formação doindivíduo tem função essencial na construção da identidade. A escola tem responsabilidade social e educativanão apenas para lidar positivamente com o tema, mas também e principalmente para compreender e respeitara complexidade do processo.Qual a sua “raça”? A pergunta sugere o debate. O termo“raça” sempre suscitou discussões nos campos dasCiências Sociais. O questionamento carrega um peso quepode soar desconfortável e a reação não costuma serpositiva com a indagação.A razão está na dificuldadede compreensão que existe naproblemática relação entre negros e brancos construída aolongo do tempo. O termo, embora remeta ao que há de maistenebroso na história da humanidade, o nazismo, secolocado fora da temática biológica, pode propor umainterpretação com base na dimensão social e política.No Brasil, a discussão sobre racismo perpassa na maioriados casos pela cor da pele. A aparência física é a base para uma classificação maniqueísta em que a avaliaçãopassa pela competência e capacidade. Tem-se acesso a este tipo de percepção na família, na escola, nocírculo de amizades, relacionamentos afetivos, área profissional, entre outros.Vista frontal de diversos alunos lendo livro enquantoestão sentados na parede de tijolos no corredor daescolaEste tipo de comportamento denota aafirmação do racismo por sua negação.O racismo é negado sistematicamente pelasociedade brasileira, entretanto, com osurgimento das redes sociais e com aequivocada crença de que as telas garantemum anonimato, temos percebido inúmeroscasos de racismo e preconceito disfarçados deliberdade de expressão. Os militantes e intelectuais que adotaram otermo “raça”, como dito anteriormente, não ofazem no sentido biológico e, a partir destecontexto, é possível compreender que o termo “raça” também pode ser entendido como uma construçãosocial, política e cultural produzida nas relações sociais e de poder. Culturalmente falando, compreendemosque negros e brancos podem ter percepções de mundo diferentes a partir da forma como foram educados e,também da maneira em que se dá seu exercício de socialização, estas diferenças podem nos levar a enxergaro outro conforme as nossas subjetividades, o que sucinta a hierarquização das classificações sociais, raciais,de gênero, entre outras, de forma desigual.ComentárioNa contramão desta linha de pensamento, os militantes e intelectuais que fazem uso do termo “etnia”consideram que o seu uso reduza a percepção determinista biológica provocado pela expressão “raça”. Por outro lado, os nazistas consideravam-se diferentes dos demais povos tanto no aspecto cultural quantonas características físicas e religiosas. Consideravam-se seres superiores por serem brancos e arianos. Comtodo o horror provocado pelo nazismo durante a Segunda Guerra, houve uma reorganização das nações domundo e, nesta nova ordem, o racismo e a ideia de raça no sentido biológico, considerado inaceitável,associou o termo “etnia” as diferenças dos povos judeus, indígenas, negros, entre outros.A escola tem papel importante na transformação do pensamento sobre as relações étnico-raciais no Brasil.Atualmente, além da lei 10.639/03 e das diretrizes estabelecidas para a educação, existe uma produçãoacadêmica mais consistente com o conteúdo elaborado incorporado como fonte de pesquisa. Veja a seguircomo a relação entre os segmentos e a ação dos agentes educadores influencia na transformação:SegmentosO diálogo entre as escolas, as secretarias de educação e os grupos culturais, juvenis, as entidades doMovimento Negro, ONGs e os núcleos de Estudos Afro-Brasileiros facilitam os processos deconstrução e implementação de práticas pedagógicas voltadas para a diversidade étnico-racial,sobretudo para reforçar a questão da identidade de cada membro da comunidade escolar. Estecenário de entendimento de forma respeitosa e digna entre os segmentos, também é pensado comouma forma de superação do racismo.EducadoresOs professores na condição de educadores têm a função de construir práticas e estratégiaspedagógicas que estimulem a igualdade racial nas salas de aula. O acesso à cultura indígena, africanae afro-brasileira oferecem a eles o suporte necessário para o combate à discriminação racial e para secolocar em prática as ações afirmativas voltadas para o negro e o indígena com o objetivo de superare romper com o mito da democracia racial.Ainda que tenhamos trazido como temas: as sociedades indígenas, as relações sociais, a sociedadeescravocrata e as religiões africanas, aliás, assuntos relevantes para a fundação das Ciências Sociais,somente nos últimos anos é que a questão ético-política alcançou mais visibilidade para a sociedade eassociações científicas.A distinção crítica das relações étnico-raciais no BrasilNeste vídeo, veremos o fundamento da Lei n° 10.639/2003, bem como as questões relacionadas à definiçãode racismo e antirracismo.Conteúdo interativoAcesse a versão digital para assistir ao vídeo.Fala, mestre!O vídeo discute o julgamento das cotas raciais, destacando que foi um evento marcante. Confira!Conteúdo interativoAcesse a versão digital para assistir ao vídeo.O racismo e o antirracismoNeste vídeo, veremos, por meio dos estudos do teórico Silvio de Almeida, o conceito de racismo estrutural ecomo ele se desenvolve no Brasil.Conteúdo interativoAcesse a versão digital para assistir ao vídeo.No Brasil, jovens negros e pardos são as maiores vítimas de mortes causadas por violência ou enfrentamentopolicial. A maioria é oriunda de favelas e periferias.Protesto na cidade de Kansas, EUAAs reportagens nos jornais são unânimes emapontar que a falta de políticas públicas comfoco nessa geração, somada às operaçõespoliciais com base na repressão e não napreservação da vida, acabam sendo as grandescausadoras desse número alto. Estudosapontam que 77% das mortes de jovens nafaixa etária de 15 a 29 anos no Brasil sejam denegros. Se você chegou até o fim desse texto, já sabeque é praticamente impossível não associaresses fatos a questão do racismo. Como foi possível observar até aqui, o racismo não é um fato recente.Desde o Brasil Colônia que indígenas e negros foram vistos como seres inferiores. Os negros sequerganharam o status de humanos.Eles eram coisas, bens de seus senhores que podiam ser negociados. Ambas etnias nunca tiveram suasculturas e identidades reconhecidas, e quando não aniquiladas totalmente, foram obrigados a aceitar um novodeus, uma nova língua e a viverem dominados.Conquistas importantes dos movimentos afro-brasileiros provocaram mudanças na sociedade. Prevista no artigo 140, Parágrafo 3, do Código Penal, a injúria racial ofende a honra de alguém, valendo-separa isso de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem.São Paulo, SP / Brasil – 07 de junho de 2020No decorrer da história, negros têm lutado para que sua cultura e sua identidade fossem respeitadas nomundo todo. Nos Estados Unidos, país que também carrega o fardo inglório da escravidão, a prática foiCriminalização A partir da Lei nº 7.716/1989, o racismo viroucrime. Como explica a lei, racismo implicaconduta discriminatória dirigida adeterminado grupo ou coletividade. OMinistério Público tem legitimidade paraprocessar o racista.Autonomia A lei tem autonomia para atuar emvárias situações, como por exemplo,pessoas negras que eram impedidas deter acesso a estabelecimento comercialou residencial pelas entradas sociais.Não se pode mais “praticar, induzir ouincitar a discriminação ou preconceitode raça, cor, etnia, religião ouprocedência nacional”.Escritório das Nações Unidas em Genebra, SuíçaJovem negroabolida, porém o racismo segue escancarado. A segregação oficial chegou a determinar por lei quais osassentos que brancos e negros deveriam ocupar nos transportes públicos conforme a cor da pele.No Brasil, a questão nunca foi aparente, diferentemente do modelo americano, declarada de forma evidente.Se os negros americanos, mesmo aqueles que fazem parte da classe média, manifestam-se quando a própriarepresentatividade é desqualificada ou questionada, parte dos negros brasileiros, em situação semelhante,dificilmente se pronuncia e, quando isso acontece, aqueles que o fazem são reprimidos. Afinal, não há racismono Brasil e todos são iguais. Esse, infelizmente, é o pensamento de uma imensa maioria que não reconhece asdificuldades que a comunidade negra enfrenta todos os dias.A Assembleia das Nações Unidas
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